Fechado:
Terminei em 48 horas e 47 minutos, com uma média de nível 43 no grupo.
Falarei primeiro sobre os pontos negativos pq são poucos e depois eu elaboro a respeito das qualidades do jogo.
De negativo eu citaria a baixa dificuldade das batalhas da main story, parece q todo o esforço em termos de design inteligente foi para os puzzles, q são MUITO frequentes e variam entre "apenas ok" e "sensacional". Em compensação, os bosses opcionais são tão brutos q eu precisaria de um grind nervoso se quisesse passar, então acabei derrotando apenas dois deles de maneira cheap e deixei o resto de lado. Acho q o jogo poderia ter um equilíbrio um pouco maior nisso, pq vc chega às dungeons finais do jogo em nível 30 e pouco enfrentando chefes bobos de 20000 HP, aí chega no opcional e o fdp tem 100000 e causa 6000 de dano em todos por turno. Acaba q não estimula o jogador a querer ir atrás, pois a disparidade de level te obrigaria a passar um tempo grande demais investindo em grind.
Outro ponto, este ao meu ver é o pior defeito do jogo, é q a história principal é, sem meias palavras, uma enorme merda. Sabe qdo vc está assistindo a um filme e parece q o roteirista estava sem idéias, por isso foi "costurando" a narrativa conforme pensava em algo novo? Pois é. O primeiro CD todo é sobre o grupo ARMS, q é uma espécie de grupo defensor da humanidade, lutando contra o império Odessa, q, adivinhem, quer dominar o mundo. Sim. De novo. :/
E aí depois q vc finalmente dá cabo desse império no final do primeiro CD, começam a inventar uma história lá de q o protagonista
tem um tal de Lord Blazer dentro dele, o qual no passado foi o destruidor de Filgaia e teve q ser selado com o sacrifício de uma jovem guerreira, daí o céu fica todo azul escuro e há uma ameaça de q Filgaia está sendo sugada por outro mundo
, aí vc tem q tentar impedir isso enfrentando seres lendários enquanto tenta resolver o problema do Ashley. E pra coroar com um final bem de merda,
ña falta de um chefe final, colocam o Irving, chefe dos ARMS, pra trair o grupo no fim pq achava q nunca iam conseguir derrotar o mal e ainda sacrifica a própria irmã pra virar um mutante q, ninguém sabe pq, iria salvar Filgaia na visão desse imbecil.
E no final, como não tivessem uma mensagem pra passar, inventaram de última hora um lema de
"pessoas comuns fazem grandes coisas sem necessariamente precisarem ser heróis".
E a transformação final dele em Super Saiyajin é bem ridícula, apesar da música fodaça.
Enfim, puro suco da bosta.
Mas o irônico é q, apesar da história principal não valer nada, o character development é muito bom, os personagens têm motivações q mexem de verdade com o jogador e são carismáticos pra caramba. Especialmente o Tim e a Lilka, impossível não se conectar emocionalmente com as comparações q a Lilka faz com a irmã ao longo do jogo sempre se sentindo inferior, porém tentando sair da sombra dela e alcançar seu potencial, ou o Tim tentando achar um sentido maior pra sua vida do q ser um mero cordeiro de sacrifício pra salvar Filgaia. O Brad com seu drama de tentar se livrar das culpas do passado tbm é bem interessante.
Única personagem do jogo q, ao meu ver, poderia ter sido desenvolvida de forma diferente é a Marina. Ela é a típica mocinha frágil e tudo q faz ao longo da história é sofrer esperando q o Ashley volte são e salvo pra casa. Poxa, pegando exemplo do Final Fantasy IX, mesmo os personagens frágeis sempre tem um momento da narrativa em q demonstram amadurecimento e passam a ser mais ativos, mas ela não, é a típica Shunrei de CDZ q fica só chorando e rezando o tempo todo, ou então fica magoada pq o Ash não volta.
Achei tbm q certos detalhes poderiam ter sido melhor desenvolvidos, por exemplo,
o Lord Blazer nunca é uma ameaça q causa qualquer tipo de dano q resulte numa culpa por parte do Ashley, ele é incentivado a não usar o poder pq poderia acontecer uma tragédia, mas aí usa e consegue dominar e ainda sai como o herói do dia. Outra coisa é q o jogo dá a entender em alguns momentos q a Lilka tem sentimentos pelo Ash, mas isso nunca vai pra frente, achei estranho-mor. :-s
Outro ponto ruim é q o jogo não tem um equilíbrio de pacing, vc às vezes percorre uma dungeon inteira, luta boss fights e ainda tem um puzzle gigantesco sem te deixar salvar. Isso frustra pq te prende demais ao jogo, deveriam ter dado save points menos espaçados.
Mas deixando a parte negativa de lado, vamos aos pontos positivos do jogo, q são muitos:Pra começar, vários puzzles desse jogo são muito bons. Os dois Millenium Puzzles são bastante elaborados e exigem uso de diversas habilidades e tools, o puzzle ao fugir de Odessa é foda pra caramba tbm, o puzzle antes de sair do trem é o melhor de todo o jogo, enfim, achei q utilizaram as tools de forma brilhante e fizeram o jogador realmente pensar sobre soluções inteligentes pros quebra-cabeças. Nota 10 nesse ponto. O bacana é qdo vc tem de combinar várias tools de personagens diferentes pra auxiliar uns aos outros, isso dá uma dinâmica bem complexa e inteligente q sinceramente me cativou.
Outro ponto é a OST, achei belíssima, os temas western desse jogo são muito doces e nostálgicos, dá vontade de ficar parado em certos locais e cenas só ouvindo de tão bom q é :emotion:
A música q toca na cena antes da Lilka ir pra dungeon final com o grupo é linda demais, demais.
Outra coisa muito positiva é q não tem praticamente loading de transição nas batalhas nem giradas de câmera, algo q os Final Fantasy demoraram a aprender. Fora q, com exceção dos encontros-surpresa, vc sempre tem um aviso qdo uma batalha vai ocorrer, aí pode apertar o botão de tool/search pra cancelar se quiser, isso deixou o jogo bem mais rápido e menos maçante em relação a vários outros do gênero.
A arte e character design são muito bons tbm, cada personagem é bem único em vestimentas, cabelo, acessórios, etc. Kanon foi a personagem menos inspirada, pois lembra uma cópia do Vincent Valentine de FF7. E o Ash é meio genericão tbm, mas de resto achei os designs bastante criativos sim.
O jogo tem muito conteúdo opcional, mas acho q deveriam ir liberando aos poucos, isso aí já entra no problema do pacing q mencionei anteriormente. Ter q gastar mais tempo do q a main quest no final do jogo com sides é meio foda qdo o jogador já está cansado, por isso fiz apenas uma parte delas. Mas enfim, não falta conteúdo extra de qualidade, até uma personagem nova vc pode pegar numa dungeon extra, então isso conta como algo positivo sim.
Enfim, apesar dos meus primeiros parágrafos sugerirem o contrário, eu gostei muito do jogo e sentirei saudades, por causa desse game Wild Arms passou a ser mais querido q muitas séries q eu curto por aí. Acho q se vc ignorar a parte da história principal e se focar nos puzzles, OST, extras e character development, o jogo fornece uma experiência fantástica. Faltou apenas ter um roteiro melhor mesmo.