[PS3, Vita, PC, 3DS] Aban Hawkins & The 1001 Spikes
Sept 1, 2014 22:04:40 GMT -3
djcoston and Gigahero like this
Post by Krodierk on Sept 1, 2014 22:04:40 GMT -3
Para quem percebeu, postei uns tempos atrás meu review de La-Mulana, um jogo retrô com uma dificuldade absurda, que segundo minha linha de pensamento, apesar de ser uma ótima produção, merece uma nota menor pelo fato de apresentar uma dificuldade que além de extremamente alta, chega ao ponto de denegrir a diversão do jogo e o restringir a um público com uma paciência transcendental ou que não se incomoda em ler um walkthrough para passar de praticamente o jogo inteiro.
No começo de junho, vi um trailer de uma outra produtora que assim como a Nigoro, começou criando um jogo indie cujas primeiras versões foram distribuídas de graça. - A Nicalis, criadora do quase instantaneamente aclamado clássico Cave Story. Apesar de sua origem humilde, recentemente a Nicalis teve seu jogo elevado a outras plataformas do mercado através de um remake da versão original. O trailer de sua nova criação, para minha surpresa, era de um jogo que a primeira vista, parecia pretender copiar parte dos elementos que fizeram de La-Mulana um “sucesso” (FAVOR NOTAR ESTAS ASPAS AQUI).
Felizmente, aí acabaram as semelhanças.
Busca pelo tesouro perdido
No começo de junho, vi um trailer de uma outra produtora que assim como a Nigoro, começou criando um jogo indie cujas primeiras versões foram distribuídas de graça. - A Nicalis, criadora do quase instantaneamente aclamado clássico Cave Story. Apesar de sua origem humilde, recentemente a Nicalis teve seu jogo elevado a outras plataformas do mercado através de um remake da versão original. O trailer de sua nova criação, para minha surpresa, era de um jogo que a primeira vista, parecia pretender copiar parte dos elementos que fizeram de La-Mulana um “sucesso” (FAVOR NOTAR ESTAS ASPAS AQUI).
Felizmente, aí acabaram as semelhanças.
Aban Hawkins & the 1001 Spikes tem como personagem principal o aventureiro Aban, herdeiro do grande e renomado Jim Hawkins. Diferente de outros aventureiros mais alegrinhos que temos visto recentemente, Aban é um personagem com raiva e desejando descontar isso no mundo. Não que ele não tenha razão – seu pai não somente o destratou, tratando-o como um idiota a vida inteira, como deixou os negócios da família nas mãos de sua irmã inteligente e adorada.
Um dia, Aban recebe um chamado inesperado de sua irmã: Seu pai está morto após aparentemente ter caído em uma falha nas geleiras da Antártica – mas como último “presente”, deixou para Aban a localização de um templo de uma civilização perdida.
É a chance de Aban de não somente mostrar para seu falecido o que é capaz, mas também descontar toda a sua raiva através do processo de catarse que é morrer pelo menos 1001 vezes ao desbravar o templo.
Um dia, Aban recebe um chamado inesperado de sua irmã: Seu pai está morto após aparentemente ter caído em uma falha nas geleiras da Antártica – mas como último “presente”, deixou para Aban a localização de um templo de uma civilização perdida.
É a chance de Aban de não somente mostrar para seu falecido o que é capaz, mas também descontar toda a sua raiva através do processo de catarse que é morrer pelo menos 1001 vezes ao desbravar o templo.
Busca pelo tesouro perdido
“Você não vai conseguir” - é isso que você acha que o jogo diz. “Eu não vou conseguir” – é o que você pensa.
Mas não é bem assim. Durante minha jogatina de 1001 Spikes, percebi que o jogo é uma espécie de jornada de aprendizado através de – bem, às vezes umas 50 mortes seguidas em cerca de 15 minutos de jogo. Os controles são simples, você tem um botão para pulo curto, um botão para pulo alto e um botão para atirar facas, e acredite, apesar da simplicidade, esta configuração simplória é usada com inteligência e desafio nas diversas fases do jogo.
O jogo é em termos miúdos, um puzzle em plataforma. Cada fase é um quebra-cabeça diferente no qual seu objetivo é sempre encontrar uma chave e com ela seguir até a porta para a próxima fase. Nas primeiras 30 fases do jogo existem caveiras douradas que te dão uma vida extra, e que ao serem coletadas cancelam a morte que você venha a ter, sendo que elas servem como uma espécie de checkpoint, ou melhor dizendo, “cancel-death point”.
Se o jogo tem alguma diferença para outras criações como Clones, Braid e outros é que ele te mete medo.
As primeiras fases de 1001 Spikes aquecem o jogador em fogo baixo, parecendo apenas um jogo de ação em plataforma com várias armadilhas de morte instantânea, mas ele larga essa máscara assim que te ensina o básico. As fases do jogo não demoram em se transformarem em criações monstruosas e tão repletas de armadilhas que lá por volta do segundo mundo do jogo você vai falar para si mesmo “É impossível! Esse deve ser mais um daqueles jogos sacanas que eu vi no youtube que o desafio é completamente retardado! Não tem como eu passar dessa cacetada de espinhos que sobem e descem, eu não tenho reflexo para isso!”
As armadilhas de 1001 spikes são aquelas típicas de um jogo retrô, bolas de fogo, estátuas que atiram flechas, escorpiões, blocos que caem, blocos que te esmagam, e é claro – os clássicos espinhos mortais. Tudo no jogo te mata com apenas um toque, fora que as 1001 vidas (sim, você tem 1001 vidas) parecem ser uma piada e é possível não demorar muito para quem joga achar que está sendo oprimido. Só que não é bem assim. O principal tema de 1001 Spikes é que não há armadilha impossível, em geral é questão de apenas entender que o que deve ser feito é mais simples do que parece que o ato de chegar a esta conclusão para cada desafio é uma vitória. O jogo pode te cercar com espinhos por todos os lados, mas cada problema contém em si uma lição, que por final desembaralha a fase e a torna em uma construção lógica, e não um bicho de sete cabeças.
A principal lição que se aprende ao jogar 1001 Spikes é que existe uma psicologia por trás da criação das armadilhas, e que o jogador vai sendo treinado a entender o que há por detrás da cabeça dos criadores de forma a poder antecipar os próximos perigos. As temáticas e desafios evoluem com uma variedade bastante dinâmica e há uma grande diferença na mentalidade dos primeiros desafios para os últimos. As primeiras fases possuem apenas armadilhas óbvias, que depois evoluem para corredores apertados em que você só consegue passar se atirar facas nas flechas que as estátuas que atiram, depois vem alguns obstáculos que você precisa sincronizar seu pulo com eles para não morrer, plataformas que quebram ou tem armadilhas, passagem estreitas, artimanhas e mais artimanhas.
Existem muitos pontos das fases em que é possível notar uma enorme perspicácia dos criadores ao anteciparem as prováveis ações dos jogadores “Ah, vejamos onde por a próxima armadilha... Após dar um pulo longo seguido de um curto rapidamente para se desviar das flechas destas estátuas o jogador vai provavelmente querer um tempinho de descanso... e ele vai pular bem aqui para pensar.”
Nos últimos momentos eu me vi quase como jogando um jogo de ritmo, em que cada fase seria uma de música que você vai aprendendo como dançar e percebe que não precisa ficar parado ou com medo de tomar o próximo passo. Na maior parte das fases, quando você entende o ritmo e o momento exato para cada obstáculo ser resolvido o jogo começa a fluir bastante rápido, uma fase que inicialmente você gasta cinco minutos pode ser vencida em apenas um.
Mas é claro, mesmo com muita precaução, as mortes instantâneas quase impossíveis de se escapar da primeira vez são bastante eventuais, e apesar de em alguns momentos serem injustas, em outros possuem uma certa hilaridade.
Ainda assim o jogo consegue ser gentil – uma das primeiras coisas ditas ao jogador “é que não existem checkpoints”, mas no entanto as caveiras douradas presentes nas fases servem para fazer exatamente isso. Também é possível através do menu do jogo pular a fase e ir para a próxima, o que já é uma grande ajuda para quem perder a paciência com uma fase em específico.
Mas não é bem assim. Durante minha jogatina de 1001 Spikes, percebi que o jogo é uma espécie de jornada de aprendizado através de – bem, às vezes umas 50 mortes seguidas em cerca de 15 minutos de jogo. Os controles são simples, você tem um botão para pulo curto, um botão para pulo alto e um botão para atirar facas, e acredite, apesar da simplicidade, esta configuração simplória é usada com inteligência e desafio nas diversas fases do jogo.
O jogo é em termos miúdos, um puzzle em plataforma. Cada fase é um quebra-cabeça diferente no qual seu objetivo é sempre encontrar uma chave e com ela seguir até a porta para a próxima fase. Nas primeiras 30 fases do jogo existem caveiras douradas que te dão uma vida extra, e que ao serem coletadas cancelam a morte que você venha a ter, sendo que elas servem como uma espécie de checkpoint, ou melhor dizendo, “cancel-death point”.
Se o jogo tem alguma diferença para outras criações como Clones, Braid e outros é que ele te mete medo.
As primeiras fases de 1001 Spikes aquecem o jogador em fogo baixo, parecendo apenas um jogo de ação em plataforma com várias armadilhas de morte instantânea, mas ele larga essa máscara assim que te ensina o básico. As fases do jogo não demoram em se transformarem em criações monstruosas e tão repletas de armadilhas que lá por volta do segundo mundo do jogo você vai falar para si mesmo “É impossível! Esse deve ser mais um daqueles jogos sacanas que eu vi no youtube que o desafio é completamente retardado! Não tem como eu passar dessa cacetada de espinhos que sobem e descem, eu não tenho reflexo para isso!”
Vamos com calma, sim?
As armadilhas de 1001 spikes são aquelas típicas de um jogo retrô, bolas de fogo, estátuas que atiram flechas, escorpiões, blocos que caem, blocos que te esmagam, e é claro – os clássicos espinhos mortais. Tudo no jogo te mata com apenas um toque, fora que as 1001 vidas (sim, você tem 1001 vidas) parecem ser uma piada e é possível não demorar muito para quem joga achar que está sendo oprimido. Só que não é bem assim. O principal tema de 1001 Spikes é que não há armadilha impossível, em geral é questão de apenas entender que o que deve ser feito é mais simples do que parece que o ato de chegar a esta conclusão para cada desafio é uma vitória. O jogo pode te cercar com espinhos por todos os lados, mas cada problema contém em si uma lição, que por final desembaralha a fase e a torna em uma construção lógica, e não um bicho de sete cabeças.
A principal lição que se aprende ao jogar 1001 Spikes é que existe uma psicologia por trás da criação das armadilhas, e que o jogador vai sendo treinado a entender o que há por detrás da cabeça dos criadores de forma a poder antecipar os próximos perigos. As temáticas e desafios evoluem com uma variedade bastante dinâmica e há uma grande diferença na mentalidade dos primeiros desafios para os últimos. As primeiras fases possuem apenas armadilhas óbvias, que depois evoluem para corredores apertados em que você só consegue passar se atirar facas nas flechas que as estátuas que atiram, depois vem alguns obstáculos que você precisa sincronizar seu pulo com eles para não morrer, plataformas que quebram ou tem armadilhas, passagem estreitas, artimanhas e mais artimanhas.
Existem muitos pontos das fases em que é possível notar uma enorme perspicácia dos criadores ao anteciparem as prováveis ações dos jogadores “Ah, vejamos onde por a próxima armadilha... Após dar um pulo longo seguido de um curto rapidamente para se desviar das flechas destas estátuas o jogador vai provavelmente querer um tempinho de descanso... e ele vai pular bem aqui para pensar.”
Nos últimos momentos eu me vi quase como jogando um jogo de ritmo, em que cada fase seria uma de música que você vai aprendendo como dançar e percebe que não precisa ficar parado ou com medo de tomar o próximo passo. Na maior parte das fases, quando você entende o ritmo e o momento exato para cada obstáculo ser resolvido o jogo começa a fluir bastante rápido, uma fase que inicialmente você gasta cinco minutos pode ser vencida em apenas um.
Mas é claro, mesmo com muita precaução, as mortes instantâneas quase impossíveis de se escapar da primeira vez são bastante eventuais, e apesar de em alguns momentos serem injustas, em outros possuem uma certa hilaridade.
Ainda assim o jogo consegue ser gentil – uma das primeiras coisas ditas ao jogador “é que não existem checkpoints”, mas no entanto as caveiras douradas presentes nas fases servem para fazer exatamente isso. Também é possível através do menu do jogo pular a fase e ir para a próxima, o que já é uma grande ajuda para quem perder a paciência com uma fase em específico.
Moedinhas
Durante o jogo principal com Aban, é possível também destravar personagens de outros indie games para jogar, como a Curly de Cave Story. Existem também algumas piadas como o Fighter Aban que é uma versão do Aban vestido como Ryu de Street Fighter com direito a Hadouken, Houryiuken, chute giratório, e Knight Aban que é uma brincadeira com o King Arthur de Ghouls n’ Ghosts. O mais divertido é que cada personagem em si fornece um estilo ligeiramente diferente de jogar o jogo, pois cada um possui habilidades diferentes, como pulo duplo, metralhadora, segurar-se em paredes e por aí vai. Na versão para Wii U e 3DS é inclusive possível jogar com o Mario Aban, que é capaz de matar inimigos pulando em uas cabeças ou atirando bolas de fogo. Cada personagem também conta com uma versão de sua história para estar desbravando os perigos do templo.
Fora os personagens extras, existem também dois outros modos de jogo que fornecem cooperação ad-hoc com até 4 jogadores. The Lost Levels é um modo cujas fases tem uma dificuldade menor e lembram mais um jogo de plataforma das antigas, embora ainda possua várias armadilhas e apenas 100 vidas. Tower of Nanar tem como história Aban em busca de uma garota que foi raptada por um culto maligno que pretende a sacrificar em uma torre antiga, as fases deste modo são na vertical e ao escalar a torre também é preciso prestar atenção para não cair e perder automaticamente uma de suas 8 vidas.
Esses modos extras são bem mais fáceis do que o do jogo normal e são até repetitivos, pois foram criados aí para permitir que você ganhe dinheiro para poder destravar alguns personagens e conteúdo extra na lojinha do jogo, além de que é claro, caso você morra todas suas 1001 vidas no jogo principal é possível comprar mais algumas.
Fora os personagens extras, existem também dois outros modos de jogo que fornecem cooperação ad-hoc com até 4 jogadores. The Lost Levels é um modo cujas fases tem uma dificuldade menor e lembram mais um jogo de plataforma das antigas, embora ainda possua várias armadilhas e apenas 100 vidas. Tower of Nanar tem como história Aban em busca de uma garota que foi raptada por um culto maligno que pretende a sacrificar em uma torre antiga, as fases deste modo são na vertical e ao escalar a torre também é preciso prestar atenção para não cair e perder automaticamente uma de suas 8 vidas.
Esses modos extras são bem mais fáceis do que o do jogo normal e são até repetitivos, pois foram criados aí para permitir que você ganhe dinheiro para poder destravar alguns personagens e conteúdo extra na lojinha do jogo, além de que é claro, caso você morra todas suas 1001 vidas no jogo principal é possível comprar mais algumas.
Conclusões
Com todo o charme retrô, 1001 Spikes é um jogo com um design de fases inteligente e um desafio que tenta te ensinar com um pouco de medo. O modo principal de jogo é bastante desafiador, fora as 30 primeiras fases no templo e os modos co-op, existem mais outras 30 que se passam na antártica e cujo nível de dificuldade só pode ser vencido se você tiver aprendido todas lições que o jogo tenta passar durante sua primeira metade.
Não me surpreendo ter finalizado o jogo com apenas 230 vidas (isso levando em consideração que morri muito mais do que 1001 vezes, se contar as mortes canceladas com caveiras). O desafio é para poucos, mas não é nada impossível e nem um bicho de sete-cabeças. 1001 Spikes é uma atividade de aprendizado para quem está disposto a encarar o desafio.
Não me surpreendo ter finalizado o jogo com apenas 230 vidas (isso levando em consideração que morri muito mais do que 1001 vezes, se contar as mortes canceladas com caveiras). O desafio é para poucos, mas não é nada impossível e nem um bicho de sete-cabeças. 1001 Spikes é uma atividade de aprendizado para quem está disposto a encarar o desafio.
Nota 8,5