Post by Akiha on Jun 15, 2014 17:15:49 GMT -3
Sejam bem vindos, antes de começar o review quero deixar claro, que sou fã dos trabalhos com settings como os de Drakengard, baixo tentarei passar como foi minha experiência com um jogo que esperei muito tempo, que fez ler muito e que me prendeu diante por horas e horas, como poucos nessa geração, uma experiência estranha......, Drakengard 3 talvez seja o título com a pior produção técnica que a Square Enix já fez, também peço desculpas adiantadas por qualquer deslize, e colocação estranha, e adianto que este review não é profissional, isto é apenas o trabalho de uma fã.
A serie Drakengard, teve seu primeiro lançamento no PS2, quando lançado o jogo trazia temas estranhos e muito fortes, o cenário era sombrio e melancólico, com um ar de violência, o jogo não era lá grande coisa, entretanto o enredo e diálogos seguravam aquele jogo repetitivo e de história deprimente, se você gostasse da história era difícil largar o jogo, porém facílimo o ignorar sem testar, Drakengard 1 vendeu pouco, mas o suficiente para uma sequencia, que desta vez não era tão sombria, e trazia ate um final feliz com o esforço do jogador, anos depois tivemos Nier, um jogo fantástico, que talvez carregue a melhor história dos rpgs de PS3, entretanto o jogo menos vendido já produzido pela Square Enix, enquanto os jogadores esbravejavam "estamos cansados desta ladainha de amizade, e amor, e adolescentes salvando o mundo", eles também esbravejavam "que jogo estranho, gráficos horríveis e design estranho", eu diria que Nier saiu na época errada, o jogo foi um total fracasso e levou a sua desenvolvedora Cavia a falência, a Square Enix contratou a equipe e montou a Acess games, que passou a trabalhar em alguns jogos de PSP, como o famoso Lord of Vermillion, que reúne diversos personagens das mais diversas franquias de RPG, era incerto o futuro da Acess games, o que os fãs de Nier tinham como certo era "nunca mais haverá um outro jogo desse estilo".
Zero em Lord of Vermillion
Bom todos estavam errados, o anuncio de Drakengard 3 foi surpreendente e inusitado, só não era mais estranho do que isso, o fato do produtor ter ido completamente contra a mare em criar os personagens do jogo, um cast de 6 mulheres, este é um conceito perigoso, de se trabalhar, e que não é muito agradável, talvez exatamente por isso ele tenha sido escolhido, Drakengard 3 comemora os 10 anos de lançamento do primeiro título, seu objetivo claramente não era vender milhões, mas de acordo com as palavras do produtor "deixar alguma coisa marcada com o jogador", será que ele conseguiu passar sua mensagem? bem vindos ao Review .
Drakengard 3 ~ Action/RPG (classificação oficial da Square Enix)
Jogadores ~ 1
Midia ~ 1 BluRay
Disponível na PSN? ~ Sim
DLC? ~ Sim
Duração ~30/50 horas
Produtor ~ Yoko Taro
Square Enix
História/Enredo
O Mundo vivia uma época sombria e de caos, dentro das cidades Lordes corruptos reinavam nos 4 cantos do mundo, embriagados no próprio egoísmo e luxuria, seu povo era deixado a mercê, muitas crianças sofriam abusos, pois estes Lordes eram não apenas corruptos, mas também depravados moralmente, fora das cidades monstros faziam as viagens quase impossíveis de serem completas, dificultando o comercio e as trocas, neste cenário encontramos uma garota sem nome, sem família e sem perspectiva nenhuma de que alguma coisa melhorasse pois ela sofria de uma doença terminal que a iria matar, porém ela não se preocupava muito com isso, afinal a doença avançava lentamente, ela teria alguns anos pela frente, por não ter nada e saber de nada ou possuir coisa alguma, chamou a si mesma de Zero, era a ironia que ela tinha encontrado na própria existência, afinal quando deixasse de existir, não deixaria nada também, ela cresceu na miséria e trabalhou num prostíbulo por alguns anos, antes de se tornar uma assassina em serie, durante os anos que viveu Zero cometeu muitos crimes e matou muito ate que finalmente perdeu para sua doença e foi capturada, em sua cela conheceu outras 5 garotas que sofreram destino bem pior que o dela, estas garotas estavam lutando contra a tirania dos Lordes,o que a fez questionar porque elas morreram com tanto sofrimento enquanto tentavam fazer algo bom, e ela só tinha levado algumas chicotadas e tinha matado e roubado tanto que nem podia contar.
O Mundo entretanto mudaria, 5 deusas desceram dos céus e destruíram os tiranos, trazendo de volta a paz para o mundo, a protagonista que não havia morrido mas sim adquirido poderes estranhos que eram manifestados quando ela cantava, tinha um objetivo diferente agora, matar estas 5 outras pessoas,suas irmãs, que estabilizaram o mundo e trouxeram a paz, em meio a muita violência, sangue, e com uma pitada de humor negro a jornada de Zero tem inicio, em um conto sem heróis ou vilões.
A história de Drakengard 3 vai muito além deste pequeno paragrafo, entretanto a maior parte dela não se encontra nos jogo, e sim em mangás ou na novel que acompanha o mesmo, eu particularmente gostei da leitura, porém quem não gosta de ler ou simplesmente vai jogar casualmente para completar o jogo, provavelmente não vai entender nada do que está acontecendo, muitas coisas vão ficar no ar, e muitas cenas vão parecer vazias, o jogo em si, ao exemplo fiel do FFXIII, não se preocupa em explicar as motivações ou o backgrounds de personagens que estão em material extra, Drakengard 3 não traz uma enciclopédia de termos detalhada, entretanto você pode descobrir mais a respeito do cenário e do mundo lendo a história das armas do jogo, cada uma tem a história do seu antigo possuidor bem resumida, mas juntando todo o material da para ver mais um pedacinho do que foi imaginado como cenário do jogo.
D3 tem algo especial em seu enredo e progressão, ele parece ser entendido mais facilmente se visto do ponto de vista contrário, por diversas vezes, vc vai se perguntar se o que a Zero está fazendo é correto, questionar os motivos da protagonista, se irritar com algumas cenas, não entender outras, uma enorme piada que talvez ate seja uma piada de mal gosto, mas a história do jogo só faz sentido quando vista do ponto de vista contrário, no entanto o jogador a vê pelo ponto de vista do Mikhail que junto do pequeno dragão vai aprendendo o que está havendo, ou criando mais confusões ainda, é engraçado ler os diálogos dos personagens, eles são muito bons e fluem naturalmente, mesmo que todos sejam pessoas de caráter extremamente duvidoso, e as participações do Mikhail vendo tudo pelos olhos inocentes de uma criança nos faz lembrar que Drakengard 3 ainda é Drakengard, as 5 irmãs intoners retratam pessoas diferentes, e elas são críveis,(dadas as devidas proporções claro), todos os personagens exalam vida nos diálogos, eles são interessantes e a variedade não deixa a desejar, seja a Five que quer viver sua vida aproveitando cada segundo ao máximo, ou a Three que prefere ser reservada e se dedicar exclusivamente ao seu hobby ate que ele se torne doentio, ou a Two sendo uma gigantesca ironia ao amor e namoros atuais, a Four retratando como a maioria dos seres humanos são, ou a One e seu egoísmo e vontade de sempre estar no controle.
Ao avançar pelos desertos,cidades,dungeons, os soldados que encontrarão a Zero e seu grupo, tentarão passar a impressão de que eles não são apenas peoes pendurados esperando a morte, eles vão gritar, entrar em desespero quando cortados, vão gritar para que todos fujam, xingar, e não, estas frases não são repetidas, cada local tem frases únicas e apesar das vozes dos dubladores serem reusadas, as frases são diferentes, tudo para passar a impressão de que vc está matando alguém, a maioria inocente, que como o jogador ou o Mikhail não sabem o que está acontecendo direito, isto é único nesse jogo, e creio que não se repetirá em nenhum outro rpg, Drakengard 3 me fez repensar coisas como:
- Quantas pessoas o Cloud matou em FF7 para salvar o meio ambiente antes de saber o que estava acontecendo? não era ele um assassino também?
entre vários outros heróis de Jrpgs, isso me fez entrar em looping por um tempo procurando um jogo em que os personagens não tivessem matado pessoas, e encontrei alguns, mas ficou claro que a intenção de Drakengard 3 era passar a impressão de que a Zero não era a primeira nem a ultima a fazer um massacre "sem sentido"
Trilha Sonora
De altíssima qualidade, recomendo que ouçam todas as faixas, algumas não são tão inspiradas quanto as de Nier, mas outras são excelentes algumas são muito lindas, esta equipe deveria trabalhar em mais projetos da Square Enix, com toda certeza, algumas faixas são dignas de entrar para a história dos games.
Gameplay
Drakengard 3 funciona basicamente como um jogo de ação normal, como muitos outros que você já jogou, a movimentação da Zero pelos cenários é muito bonita, a animação dos pulos e dos combos são todas muito bem trabalhadas, a Zero conta com 4 armas que podem ser mudaras no meio dos combos, cada arma possui 2 ou 3 variações de combos entre si, por exemplo temos espadas curtas,medias e longas, cada uma com um moveset diferente, o mesmo vale para as outras armas, o jogo tem cancels, jump cancels, e ate mesmo um sistema muito bom de counters, entretanto existe um bug no "lockon" ao usar a função em batalhas com muitos inimigos o jogo vai ficar muito propicio a ter quedas bruscas de velocidade, elas só duram alguns segundos e diferente do que se lê por ai, não vão deixar o jogo insuportável, são coisas completamente contornáveis, ate porque elas usualmente acontecem quando vc já tem terminado uma string inteira, tive isso em raras ocasiões, nenhum dos estágios com os Dragões me deu um slowdown, e não vou reclamar do que não vi.
a propósito gostei de todos os estágios com os Dragões, enquanto na rota da ZERO eles são um tanto diferentes do usual, e servem para quebrar o ritmo do jogo, apenas uns 2 seguem o estilo tradicional vistos em Drakengard 1 e 2, no DLC tem mais estágios que seguem o estilo tradicional entretanto.
A apresentação gráfica do jogo não é das melhores,ela faz seu trabalho, mas não é o jogo mais bonito de PS3 e convenhamos nem precisava, ninguém iria comprar ou jogar D3 se o jogo fosse mais bem feito.
Comentários Finais
Drakengard 3 é um daqueles jogos difíceis de recomendar,ele é genial em algumas coisas, mas tem muitos problemas tecnicos, não tem uma apresentação visual boa, e se apoia muito em leitura extra-jogo, é algo que o jogador casual e rotineiro não vai se preocupar de fazer, então, entendo o jogo mais como um outro Drakengard, sem tentar reinventar ou reapresentar coisa alguma, apenas mais um jogo para aqueles que já eram fãs da serie antes, entretanto se você gosta de Dark Fantasy, gosta e humor negro e quer dar um tempo de personagens heroicos com capa espada, princesas bonitas heroicas da mesma forma, ou coisas assim, e quer ver algo diferente, teste o jogo e veja se lhe agrada, talvez este seja um jogo para vc passar algumas horas.
Drakengard 3 ~ 7,5