Meu terceiro JRPG zerado do ano. Pela terceira ou quarta vez, acho. Legend of Mana – PS1 – Tempo para zerar: 15 horas e 35 minutos.
Vou falar das qualidades do jogo primeiro, e depois pegar bem, e muito, pesado.
A primeira qualidade que posso exaltar de Legend of Mana é seu conteúdo artístico, tanto gráfico como sonoro. São aspectos impecáveis.
Os gráficos do jogo envelheceram muito bem, apesar de que já sentem o sinal da idade. O visual é um pouco embaçado em muitas partes, e há muitos pixels 2D quadriculados e hoje em dia, com o poderio dos consoles, da pra se fazer algo muito melhor. O que só não foi feito, pois a vertente 2D meio que foi abandonada.
Já que uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo aqui uma imagem que o time Mana dentro da Square Enix, nos primórdios do projeto World of Mana, revelou, dizendo ser possível um Mana 2D com aqueles gráficos (com palavras do próprio mestre Koichi Ishii e tudo. Que saiu da Square Enix para fundar a Grezzo e trabalhar nos Zelda do 3DS):
Seiken Densetsu 5 foi confirmadíssimo, será que teremos chances de ver algo assim ou superior se o jogo for 2D? Falta pouco para a revelação, então, aguardemos.
Agora indo para a parte sonora. Eu sempre achei os trabalhos da Yoko Shimomura na série Seiken Densetsu seu melhor trabalho (MUITO melhor que Kingdom Hearts e melhor que dos JRPGs do Mario). Tanto em Legend of Mana como em Heroes of Mana. Cada música melhor que a outra, mas a minha xodó em Legend é essa (versão original e de um álbum especial):
Bom, agora chega de rasgação de seda. Vou falar dos aspectos graves desse jogo, que o comprometem muito.
Primeiro: IA dos aliados. Final Fantasy Adventure (Seiken Densetsu 1) eu skipo. Secret of Mana é satisfatório, principalmente se você souber como configurar ao seu bel prazer. Seiken Densetsu 3 talvez seja a melhor AI da série de seus companheiros. Agora chegamos à verdade: Sword of Mana e Legend of Mana com absoluta certeza são as piores AI de seus companheiros dentro da série (descartemos Heroes of Mana por razões óbvias, além de esse ser a pior IA de todos os tempos nos games). É difícil dizer qual é a pior, pois ambos têm uma AI péssima. Mas Legend acaba ganhando por pouco. Pior é o sistema de ganho de Levels. Quando você derrota os inimigos, eles liberam sacolas (itens) ou cristais, esses cristais quando coletados são os pontos de experiência para passar de Level. O problema é que os aliados idiotas quase nunca pegam esses cristais, o que transforma em tortura a tarefa para passá-los de Level.
Outra coisa: combate duro, truncado, o mais engessado de toda a série. Tem alguma parcela mínima de jogadores que diz que até gosta, pois lembra um Beat 'Em Up. Eu acho uma característica péssima. Pior é o sistema de colisão: muitas vezes você acha que está no ponto certo para conseguir atacar, mas a colisão é tão tênue que você acaba atacando e não conseguindo atacar. Ai tu tem que se reposicionar e em alguns inimigos é uma tarefa ingrata. Pior que isso, adivinhe? Sim, acontece bem no último chefe.
Mais uma: esse jogo definitivamente precisa de um guia se você quiser fazer 100%. É cada detalhe minúsculo, desde logo no começo onde você tem que escolher uma área no mapa, para colocar os artefatos que vão dar origem as localidades acessíveis, e se escolher errado logo no início, esqueça conseguir colocar todos os artefatos de forma certa e então esqueça o 100%. Até pequenos eventos que vão dar origem a outros eventos, que darão origem às quests. Enfim, é cada coisa minúscula acontecendo a cada momento e cada detalhezinho pequeníssimo que deixa qualquer um perdido.
O sistema de criação de companheiros sejam eles Golens ou monstros é interessante, mas também meio jogado. Ou seja, se quiser masterizar ou tente inúmeras vezes, muitas e muitas, ou procure um detonado.
Sem dizer os muitos pontos de descaracterização com os títulos anteriores. Não adianta fazer um in-depth review do jogo, como um moderador da NEOGAF fez, só porque ama o jogo demasiadamente, isso não prova que ele é parecido em suas características com os jogos de Game Boy e SNES. Isso só prova que você sabe detalhar no Review. Ah, e aqueles poemas/filosofia das plantas (não somente delas, mas é a pior) é muito fumado, heim? Suspeito que tenha DNA de Cannabis em suas células vegetais. Muito distante de antes de Seiken Densetsu 3.
No geral, Legend of Mana é um game interessante. Não é tão difícil, pois se fosse o contrário poderia ser um desastre, com a IA dos companheiros problemática e o combate travado. Mas o jogo também se leva muito pelo aspecto artístico e técnico: músicas e gráficos. Basicamente o Final Fantasy: Crystal Chronicles do PS1.
Não diria que é um jogo ruim, mas não excede muito o nível bom.
----------
Meu quarto JRPG zerado do ano: Final Fantasy Explorers – 3DS – Tempo para zerar: 17 horas e 51 minutos.
Usei um Ranger (arqueiro) o jogo inteiro, e é realmente uma classe ótima e muito divertida de se usar. Logo no primeiro chefe, um dragão, ele investia em cima de mim, mas dei Blind e ele não podendo ver nada não corria em minha direção. Muito status, buff, debuff e grande alcance.
É um jogo bem mais solto que Monster Hunter. O personagem se move mais velozmente e com mais desenvoltura, e os ataques são desferidos com mais rapidez. E tem lock-on, o que da uma boa diferenciada com o jogo da Capcom. Em termos de diversidade de classes, ambos têm muitas
O jogo gira em trono de completar quests, coletar itens, farmar, craftar, criar monstros etc. bem similar ao Monster Hunter.
Fiz três monstros pro meu time: Centurion, Skeleton e um Lizard. Legal é que da pra ter vários monstros guardados: 100. E você pode fundir os monstros e melhorar o monstro central da fusão, quase um Dragon Quest Monsters, tirando o fato de não surgir um novo tipo de monstro na fusão.
E os medos do pessoal da GAF e de outros locais da internet foram infundados. Correr gasta AP, mas ele se recupera rápido. E o tempo dado para a quest, 1 hora ou trinta minutos por missão da e sobra. Sem contar que há a Airship, que da um belo atalho, podendo se teletransportar pra vários lugares.
Os inimigos e chefes comuns não são difíceis. Agora as batalhas contra os Eidolons são mais complicadas. Não diria que é insano, mas exige um pouco de esforço e uso de itens de recuperação.
No geral não é um game difícil.
No entanto é importante notar que se você quiser aumentar a dificuldade, a partir de um momento você pode fazer restrições e impor regras nas quests, tornando-as mais difíceis. Mas você ganha mais bonificações também.
E você junto a isso pode também lutar sozinho, sem os monstros. Ai fica bem insano. Ouviu Bahamut e Diablos? Dessa maneira fica mais que insano na luta contra eles.
O jogo não é um primor gráfico. Geralmente é fraco, com muitas inconsistências. Os gráficos geralmente possuem texturas borradas e chapadas. Mas há algumas exceções. As batalhas contra os Eidolons têm apresentações bonitas e os próprios lugares deles são muito bem feitos. A luta contra a Eidolon Dryad foi um show a parte, assim como o de alguns outros. E há algumas áreas bonitas também. Mas no geral o quesito técnico deixa a desejar.
O tipo de terreno segue o de outros jogos do estilo, há subidas, descidas... Não é plano. Depende do lugar.
O jogo também apresenta similaridades com outro jogo: Fantasy Life. No próprio você também usa AP pra correr. Mas em Final Fantasy Explorers não há os serviços das profissões. Então esqueça fazer coisas como pescar e demais. Aqui é tudo mais voltado ao combate. De resto, é a semelhança que todos esses jogos carregam, sejam eles Monster Hunter ou outros: Quests, coletar materiais, craftar etc.
Sobre as músicas, qualidade técnica excelente. Mas na parte artística, elas são boas, mas bem distante do tipo memorável que costumamos ouvir em outros jogos da franquia. Mas as falas rápidas, os grunhidos (da até para escolher o seu) são de péssima qualidade. É um som abafado. E o jogo não tem diálogos e vídeos.
Sobre o trance dos personagens. Depois de pegar o primeiro Magicite do Eidolon, um dos Moogles, o que aparece de vez em quando, te da os Trances dos personagens da série canônica. Consegui o Squall, Yuna, Lightning e Tidus, por conseguir usar 1000 vezes uma mesma habilidade, ter enfrentado 10 vezes os Eidolons, ter conseguido 100 mil CP e zerado o jogo.
Os Trances dos personagens funcionam que nem os Eidolons e na mesma janela. Você só pode equipar um por vez. Ai de acordo com a luta a barra de trance vai se completando. Quando completa você clica no ícone dela na tela de toque e pronto, se transformou.
A transformação é boa. É muito curta, mas o bacana é que toca a música do Final Fantasy do personagem (no caso, o tema de batalha de Final Fantasy VIII quando me transformei em Squall e do Final Fantasy VII com Cloud). Se você conseguir manejar bem os ataques no estado de Trance, você pode dar golpes normais e especiais com danos ridiculamente grandes.
Final Fantasy Explorers é um jogo bem divertido. Na verdade até me surpreendi, pois estava esperando menos.
Claramente da pra se ver que é um jogo de produção barata. Muitos locais reutilizados, gráficos fracos, aventura meio curta. Direto ao ponto às vezes até demais, mas não da pra negar que no geral, é um game divertido e faz a maioria das coisas OK.
Não é uma revolução do gênero, Monster Hunter continua no topo, mas um não exclui o outro. Se você gosta de Monster Hunter, e jogou e também apreciou Fantasy Life, deve apreciar esse também.
Lembre-se que aqui é tudo bem diretão. Incluindo a ida até o último chefe, foi chegar ao último local e pá, pum: derrotar ele.
Mas o jogo não termina após a zerada. É aberta as missões de dificuldade 6 estrelas, e vai até 10, então há muita coisa a se fazer depois de fechar. E ainda tem o modo Online, que agora eu vou experimentar.
Jogo bom, não espere algo além do comum e provavelmente não vai se decepcionar.