Post by luxetumbra on Aug 5, 2018 1:34:30 GMT -3
Plataformas | PS4, PS Vita e PC |
Lançamentos | PC 26/09/2017 29/09/2017 PS4 30/03/2017 26/09/2017 29/09/2017 PS Vita 30/03/2017 |
Gênero | Aventura, RPG |
Temas | Ambiente escolar, garotas mágicas |
Desenvolvedora | Gust |
Publicação | Koei Tecmo |
Direção | Azusa Takahashi |
Produção | Junzo Hosoi |
Design dos personagens | Mel Kishida |
Escritores | Tetsu Shirakawa Yurina Komuraski Shohei Sakai |
Trailer
Introdução
Blue Reflection é um misto de aventura com RPG, protagonizado por Hinako Shirai, uma estudante por volta de 15 anos, cujo um acidente interrompeu sua carreira no ballet. Depois de um período de absência, ao voltar para a escola em que estudava, a Hoshinomiya Girls' High School, encontra as irmãs Yuzuki (Yuzu) Shijou e Lime Shijou. Lá, se transporta misteriosamente para o Common e ganha o poder de ser uma Refletora. Junto com Yuzu e Lime, isto dá a ela a força de combater a ameaça dos Sephiroth, que ocasionalmente se transportam de Common e atacam a região onde está a escola, onde somente as Refletoras tem ideia da ameaça que as cerca.
Common é um lugar "materializado" do inconsciente coletivo.
O design dos personagens é de Mel Kishida, que já trabalhou para a Gust anteriormente em alguns Ateliers.
Este será um ângulo muito visto durante o jogo.
O jogo
O jogo tem 2 partes distintas quanto a jogabilidade, a parte principal que é aventura e a parte RPG, que se passa praticamente toda em Common.
Aventura
A parte de aventura consiste em, controlando a Hinako pela escola, viver a rotina escolar e formar amizades com as colegas, cujos vínculos ajudarão no combate aos Sephiroths. Estas amizades, com o estreitar dos relacionamentos, vão dar fragmentos, que darão habilidades para o trio utilizar em combate, na parte RPG do jogo.
Para evoluir os relacionamentos, basicamente consiste em sair após as aulas para um local com as colegas, que será randômico, e não leva em consideração que foi a este mesmo lugar com outra colega. Ou seja, poderá ver 2 vezes a Hinako dizendo que é a primeira vez que vai a, digamos, um karaokê que tem perto da escola. Considero aqui um dos maiores defeitos na escrita do jogo, pois normalmente não terá diálogos interessantes, e se repetirá sem considerar o que já foi feito no jogo anteriormente. Nisto, é muito inferior a como a Atlus faz os eventos nos Personas 3 e 4, por exemplo, onde cada personagem tem diálogos únicos e que julgo bem mais interessantes.
Dependendo das respostas durante conversas, os fragmentos ganhos da personagem diferem. Mas, há "respostas menos esperadas", não erradas no jogo. Nada diminui o nível de amizade, apenas deixa de ganhar pontos ou ganha menos.
Pelo celular, Hinako pode conversar via chat, similar a um whatsapp. Também tem um minigame ao estilo Tamagochi chamado Caverna Escura. Tem outras funções, como poder ouvir a trilha sonora do jogo e ver postagens que a Ako faz para o trio, como se fosse do jornal da escola, pelo qual ela é a responsável, aliás.
RPG
Quanto ao aspecto RPG do jogo, este se dá principalmente nas partes ao entrar em Common. Hinako, Yuzu e Lime se transportam para lá para ajudar alunas da escola com problemas, sempre causados por algum distúrbio em Common, que por algum motivo, afeta mais forte o local da escola e faz com que cada sentimento tenha um efeito amplificado. Basicamente terão quests para eliminar demônios e pegar itens. E normalmente os eventos principais, aqueles em partes obrigatórias, consistem em pegar um número X de itens ou chegar no local X onde está o fragmento de alguém com problema, e que a Hinako deverá entender o problema e pegar o fragmento e estabilizá-lo. Os mapas são pequenos, e tem cenários distintos para certas emoções humanas, como sofrimento ou medo. A variação das dungeons é muito pequena, acredito que não tenha mais do que 10 mapas diferentes o jogo inteiro. São poucos inimigos também, que no máximo alternam de cor.
Não, isto não é o Trifforce, mas sim um fragmento de alguém da escola, que Hinako estabilizará.
Algumas imagens de Common abaixo. Os visuais são muito bons.
A evolução da história se dá ao atingir certo número de pontos nas quests e reportar as atividades para a Lime e Yuzu. Não é necessário sempre fazer todas quests. E sem reportar a quest principal, podem ser usados dias a vontade no jogo, sem pressa alguma.
Sistema de batalha e evolução
O sistema de combate é muito bom, onde há diversos tipos de ataques (slash, heart, pierce, impact) com ainda elementais e status (paralisia, velocidade reduzida, etc.), e os inimigos podem ter fraquezas a um ou outro tipo. Durante os combates, há uma "linha do tempo" com a ordem de ataque, onde é possível retardar os inimigos dando um knockback, que varia a intensidade conforme o ataque e fraqueza do mesmo quanto ao ataque, sendo que não são todos ataques que alteram a ordem na linha do tempo. O porém é que o jogo não leva o jogador a realmente fazer uso de todos recursos. O jogo é extremamente fácil e as batalhas comuns são vencidas com poucos ataques de área, sem tomar nenhum dano. As animações dos golpes são excelentes.
Mais adiante no jogo, poderão ser utilizados ataques especiais, envolvendo as 3 personagens em um ataque que dá dano mais alto.
HP e MP são recuperados ao término de cada batalha. O jogo não tem equipamentos. A única customização que se dá é no equipar os fragmentos mencionados anteriormente, onde um fragmento pode anexar ao ataque, por exemplo, habilidade de recuperar um percentual de HP. Ou dar um dano maior aos inimigos. É bem interessante, porém isto de certa forma, como foi implementado, quebra a dificuldade do jogo.
Vencer batalhas não dão experiência, somente itens que podem ser usados como buff pré-batalhas, ou para criar novos itens ou ainda fortalecer o efeito de fragmentos. Itens não são usados durante as batalhas, mas, como mencionado acima, podem ser utilizados antes das batalhas para aumentar HP ou outros efeitos. Levels são ganhos somente através de algumas quests, onde ao ser completadas, dão pontos para serem usados conforme jogador preferir. Ao fortalecer mais um ou outros ponto, diferentes habilidades são aprendidas.
Há apenas 5 chefes a serem derrotados em Blue Reflection. Porém contra eles, aqui sim, o sistema de combate é mais bem utilizado, onde os chefes são seres gigantes, com várias partes. Mesmo assim, se for completando todas quests, normalmente não será necessário se preocupar com recuperar HP. Como disse, o jogo é extremamente fácil.
Durante os combates com os Sephiroths, outras personagens podem dar uma ajuda extra nas lutas, que variam de ataque a suporte. Ocorrem ao apertar o botão designado a tal personagem depois de completar um ataque, e elas estarem disponíveis para tal ajuda.
A rotina escolar
Durante o dia, Hinako participará de atividades normais escolares. Ao voltar para casa, Hinako poderá ir direto dormir, ou estudar, tomar banho, fazer alguma outra coisa (opções bem limitadas). Dependendo do escolhido, no outro dia terá algum evento com personagens e poderá ganhar um bônus de status (aumento de velocidade, ataque, defesa, HP, MP) ao realizar alguma atividade física ou outra). Banho é puro fan-service.
Blue Reflection tem muito fan-service. Certamente, um dos jogos com mais fan-service que joguei. Muitas vezes o ângulo sobe da bunda ou pernas das personagens para o rosto, por exemplo. Deixo algumas imagens extras aqui, para quem quiser entender melhor o que encontrará no jogo. Não é algo que me incomodo, por isto, não considero nem um aspecto positivo, nem negativo.
Minha opinião
É um jogo diferente do que havia jogado até hoje. Tem alguns diálogos mal escritos e desinteressantes. As quests são bastante repetitivas, porém o jogo não é longo (fechei com 35 horas). Disto, esta repetição não chegou a cansar efetivamente. Porém achei muito desconexo, poderia ter sido melhor pensado o estruturamento. Qual a ligação de pegar itens x melhorar a sanidade de uma pessoa? Não há! O sistema de batalha é muito bom, o grande porém é que o jogo não leva o jogador a realmente fazer uso de todos recursos, mesmo no hard (dificuldade maior), no qual joguei, o jogo é extremamente fácil e as batalhas comuns são vencidas com poucos ataques de área, sem tomar nenhum dano. Muitas vezes com um único ataque. Novamente, o sistema de batalha foi desperdiçado, poderia ser muito melhor do que o lançado, e espero que utilizem de maneira aperfeiçoada em outros jogos.
No quesito visual, achei tanto a arte como as animações excelentes. A arte da capa é uma obra. As roupas são móveis e balançam com o movimento. Há bastante serrilhados nas imagens, mas, não me incomodou. Na verdade meu PC não é forte o suficiente para rodar acima da resolução de entrada do jogo (1280x720). Alguns efeitos de iluminação estranhos, como neste cenário aqui. Vejam que é a mesma cena, apenas movimentei a câmera:
O áudio é predominantemente composto de músicas ambientes, que apesar de não me serem marcantes, na maioria é agradável e temos algumas boas músicas. A padrão do combate é um exemplo de composição muito boa. E há outras que serviram perfeitamente a combinar com o momento do jogo.
Quanto a localização, há algumas frases com erros gramaticais, algumas palavras perdidas, mas os diálogos são sempre entendíveis. O erro mais grave notei em alguns diálogos que erram o nome de uma protagonista. A Lime algumas vezes é chamada de Raimu, que era a transliteração que estavam a utilizar inicialmente.
Para finalizar, gostei do jogo, e fico imaginando que poderia ser muito melhor, se assim a Gust o desejasse. Em especial na parte dos eventos, que seria algo essencial dado o propósito do jogo, faltou qualidade ao escrever estes ou associar com o que já foi feito anteriormente. E o sistema de combate poderia ser melhor encaixado no jogo, com desafio maior que forçasse a usar todos recursos. Dungeons e estruturamento das quests poderiam ser menos simplistas. E alguns efeitos de iluminação melhorados. De resto foi um jogo divertido, que recomendo.
Visual: 8/10
Áudio: 7,5/10
Enredo/narrativa: 4/10
Jogabilidade:6,5/10
Nota final: 6,5