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Post by DeK on Jun 29, 2014 1:38:36 GMT -3
Pessoal, não sei se alguém vai saber me responder com exatidão, mas agora que eu estou jogando o xenogears me lembrei de uma curiosidade que eu sempre tive: os três episódios do Xenosaga têm subtítulos em alemão que são título dos livros no Nietzsche (Episode I: Der Wille zur Macht - A Vontade do poder; Episode II: Jenseits von Gut und Böse - Além do Bem e do Mal e Episode III: Also sprach Zarathustra - Assim falou Zaratustra), daí sempre quis saber se os jogos usam mesmo as ideias e filosofias do Nietzsche presentes nos livros, e em que nível/ grau de liberdade eles se utilizam para moldar o jogo com base nos livros (são fiéis? aumentam muito no enredo? Ou só usam como base mesmo?) . Até mesmo jogando Xenogears já é possível perceber uma certa influência da filosofia do Nietzsche, desde exemplos mais simples, como a constante presença de nomes de origem alemã (Ramsus, uso do termo Van, entre outros que esqueci), até os mais complicados, como a recorrência do fato de seres humanos terem " matado deus" Sei que o que quero saber é muito específico, e é bem provável que poucos aqui tenham lido Nietzsche, já que é uma literatura mais "pesada" que as que citamos neste tópico, mas fica alguma coisa para discussão futura
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Post by Krodierk on Aug 18, 2014 3:35:12 GMT -3
Terminei de ler 3 livros da série Mago (o último livro deve lançar até fim do ano) que começou a lançar recentemente nas livrarias. Dá para perceber que por ter sido escrita na década de 80, ela peca em alguns quesitos da literatura de fantasia de hoje em dia além de contar com alguns clichês iniciais que já vimos várias vezes, mas ainda assim é uma série acima da média. O começo é bastante clichê, contando a história de um garoto que está destinado a se tornar um aprendiz de mago (e muito mais do que isso) e chega em um momento parecer um repeteco de senhor dos anéis, por ter uma parte em que o grupo anda por um mina abandonada de anões (amaldiçoada é claro), mas depois a história melhora muito.
É de certa forma um spoiler, mas na verdade o foco principal da série é a guerra entre dois mundos... sendo que um é o nosso medieval conhecido, e o outro é um oriental, o que me pegou de surpresa - para época deve ter sido algo bem diferente dos padrões. Depois de um tempo, a história para de focar no aprendiz de mago e começar a passar pelo ponto de vista de outros personagens, e tudo começa a se desenvolver de forma bem fluída.
Se teve algo que poderia ter sido melhorado na minha opinião, são as personalidades dos personagens que são meio genéricas se atendo muito aos esterótipos. Fora isso e o começo, achei uma boa leitura, bem agradável.
De bônus, também descobri que o autor já escreveu para jogos e D&D, a história do jogo se passa em Krondor, o mesmo mundo de Betrayal at Krondor, um jogo clássico dos anos 90 que joguei quando era guri.
Também recomendo Mistborn - Nascido nas Brumas, este já é um livro bem recente e tanto os personagens como a história foram ótimas, além de me ter deixado com vontade de ler o próximo livro que está para ser lançado em breve. Foi bem criativo com o mundo, cujo cenário acontece após um herói que deveria ter salvo o mundo ao invés disso se torna um tirano que acaba o dominando. O personagem principal também é ótimo, um rebelde tentando criar esperança no coração do povo para destronar o seu rei.
Tentei ler umas light novels no baka tsuki, mas sério, como vocês conseguem ler aquelo? Pelo menos mais de 70% do que eu li é machine translation com umas adaptações feitas na cara dura. As traduções que li são MUITO RUINS, mesmo.
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Post by dingoegret on Aug 18, 2014 20:19:49 GMT -3
Começou o semestre e para a matéria de História Moderna tenho que fazer a resenha de um livro de um autor da época moderna. (1500-1800). Estou em dúvida qual pego. Nunca li A Utopia de Thomas Morus. Porém há outras ótimas opções, como A Riqueza das Nações, O Leviatan... Até pensei no Contrato Social de Rosseau por ser pequeno, mas esse eu já li e acho que eu deveria aproveitar e ler alguém que nunca li. Ai que dúvida!
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Post by Krodierk on Dec 9, 2014 22:43:17 GMT -3
Terminei de ler a saga do assassino (trilogia) escrita por Robin Hobb. Foi uma leitura muito boa, ainda mais por apresentar um tipo de herói que é pouco visto nos livros atuais, e que desconfio que não seria popular. Fitz começa a história como um garoto bastardo da realeza, que embora não seja reconhecido é levado a viver na corte. Ele é forçado a aprender e se tornar um assassino contra sua vontade, e desde criança é jurado a ser leal ao seu rei.
Fitz consegue ser de longe um dos heróis mais espancados, fodidos, que falha miseravelmente milhares de vezes, que já li em uma história. Nem como assassino por final ele se revela talentoso, pois em todos momentos cruciais da história ele acaba por ser incapaz, ou simplesmente estraga tudo. Ele mal consegue fazer muita coisa contra os vilões principais da história pois falha muito fodidamente quando tenta, e em certa parte é praticamente morto.
A história se foca muito na lealdade e dever, que são tópicos que na literatura medieval "popular" de hoje são meio que evitados para se focar mais em ação, magia e intrigas. Fitz deve prestar ao reino e seus soberanos completa lealdade, e diferente do que acontece em várias outras obras em que o herói decide ser "espertinho", é revelado no decorrer da história que muita coisa que ele e o reino acabou por sofrer foi causado por ele questionar sua lealdade e deveres.
Não somente isso, o personagem, que no primeiro livro me pareceu que ia ser meio genérico, tem em sua vida diversas reviravoltas humilhantes e desesperadoras que ele é obrigado a baixar a cabeça e aceitar pois é não tem poder nenhum de mudar seu destino. Em certa parte, Fitz tem uma esposa, que o larga e vai viver sozinha sem revelar a ele que está grávida, algo que ele vai saber somente muito depois quando a criança já nasceu.
Ele passa o último livro inteiro ansiando em retornar para sua amada, mas isso não somente não acontece (um dos motivos é que ela passaria a correr perigo), como ele acaba aceitando que é melhor que ela ache que ele foi morto. E qual é a porrada final? Ele aceita no final que é melhor com que ela se case com o homem que cuidou dele quando criança no castelo e foi praticamente o seu "pai" e melhor amigo.
Fitz acaba sendo um herói não pelos seus feitos, mas por ser leal e acabar aceitando o seu destino e também por auxiliar e carregar nos ombros o seu dever para o reino e o seu rei, que é quem realmente acaba vencendo o mal. Fitz não deseja glória alguma, e deseja no final ser apenas deixado em paz e viver isolado. O final do livro se passa alguns anos depois dos acontecimentos, em que ele passa sua vida isolado quase como um heremita escrevendo a história do reino que ele ajudou a proteger. Pouca gente ainda sabe que ele está vivo, ele nem ao menos conhece sua filha ou reencontra a esposa, e o único grande amigo que o resta é um lobo com o qual ele compartilha um vínculo empático e pode se comunicar mentalmente.
Dou 8/10 para a trilogia, ela tem os seus defeitos, como algumas decisões da realeza que são meio difíceis de engolir e pouca gente entenderia. O maior vilão da história é um principe que matou o irmão no primeiro livro e ao invés de ser punido, o pai decide que o deixará sobre "rédeas curtas" para evitar problemas políticos no reino, que está sendo ameaçado por um exército invasor. Nos livros seguintes, ele mata o próprio pai, tenta matar o outro irmão e a esposa, praticamente mata o Fitz e depois disso toma controle do reino inteiro e deixa as coisas piores ainda.
É uma ótima trilogia que goza de bastante fama e foi lançada recentemente aqui no Brasil, mas desconfio que não vá chamar muita atenção se comparado a livros como Game of Thrones que são escritos de forma mais popular, ou outras de espada e magia em que os personagens se dão melhor.
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Post by Krodierk on Jan 11, 2015 21:07:39 GMT -3
Dei uma lida na LN Overlord, e para minha surpresa ela é bastante boa, e tem uma tradução por fãs bastante aceitável.
Tl;dr, é sobre o líder de uma guilda de um jogo online que está para ser encerrado. A guilda era uma das maiores do servidor e todos membros eram de raças não humanas, mas com o tempo todos membros pararam de jogar o jogo e só o lider da guilda restou, sendo que o personagem dele é um Lich lvl 100. Nos momentos finais do jogo, ele decide passar as últimas horas com seu personagem dentro da sala do trono da guilda, lembrando dos tempos em que se aventurou no jogo.
Porém, quando se passa o último minuto em que o jogo estaria aberto, ele descobre que o jogo não parou de funcionar. Para a surpresa dele, todos NPCs da guilda que foram criados pelos antigos membros ganham vida e começam a falar. Logo em seguida, ele descobre que por alguma razão desconhecida a masmorra em que eles construiram a guilda foi transportada para um outro mundo, onde a magia é real e etc, e como de praxe ele é incapaz de voltar para o mundo real. O personagem principal é mais um daqueles badasses de LN, mas pelo menos ele tem uma explicação ótima de porque o é, fora que é um cara inteligente.
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Post by Akiha on Jun 24, 2015 21:08:53 GMT -3
Acabei de ler Hathaway Flash, é difícil acreditar que foi escrito pela mesma pessoa que escreveu G no Reconquista, mas que livro sombrio e com uma aura realista na história cheio de perdas, e outras coisas, não vou spoilar porque afinal creio que algumas pessoas no fórum ainda podem querer ler, mas que coisa mais sombria, imagino o que o Tomino estava passando ou pensando quando escreveu a história, mas não deixa de passar uma visão realista de uma realidade doentia com um governo doentio, parecido com o mundo de hoje provavelmente. agora devo começar a ler CrossBone Vanguard, mas visto o final do livro e o quanto aquilo me deixou e depois vou esperar um pouco...
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Post by DeK on Jul 19, 2015 23:04:49 GMT -3
Fazia muito tempo que não lia algo que não fosse de estudo. Li recentemente os quatro livros da série Divergente (Divergente, Insurgente, Convergente e Quatro), pq eu sou modinha mesmo Se não fosse focado na história de amor, ia ser um bom livro pra pensar em outros modelos de sociedade. Quando li me lembrou muito 1984 e Admirável Mundo Novo, com toda aquela temática de divisão da sociedade por castas e vigilância 24h.
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Post by Dougzen on Aug 8, 2017 19:32:03 GMT -3
Os livros que já li foram:
• Che Guevara (Todos) É impressionante as mentiras que se criaram sobre ele, chegava a fornecer atendimento médico para os soldados rivais.
• O Capital (vol.1) Interessante abordagem sobre o surgimento das coisas e o nascimento do Sistema Capitalista no século XIX.
• Ciência e Política (Weber) Faz uma análise Centrista da sociedade
• Manifesto do Partido Comunista Explica como a sociedade se formou sempre em 2 pólos, os explorados e os exploradores.
• Conceito de Homem Novo (Fidel) Uma abordagem sobre como o Homem Novo deve ser numa sociedade Socialista transitando para o Comunismo, dando um enfoque especial nos estudantes
Estou lendo agora:
• O Papel da Violência na História (Engels) Mostra como a sociedade adquiriu o caráter de parceria e guerras entre as Burguesias e os Estados.
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Post by Samarithan on Aug 17, 2020 2:49:15 GMT -3
Revivendo o tópico pois voltei a ler bastante nos últimos dois anos, muito pela ótima influência do meu tio (que inclusive possui um sebo, que usufruo bastante, hehe). Algumas coisas que li nos últimos meses:
Shakespeare - Sempre intercalo a leitura de alguma peça de Shakespeare com outra obra, é muito legal perceber como quase todos os modelos de heróis, heroínas e vilões, surgiram de seus personagens magníficos. Recentemente reli Romeu e Julieta e Macbeth, duas das tragédias mais populares do autor (gosto bastante de ambas), e as Comédias A Megera Domada, Sonho de Uma Noite de Verão e O Mercador de Veneza. A Megera Domada é uma peça divertidíssima que possui várias adaptações, sempre trabalhando a ideia do "Herói que vai domar a donzela de temperamento difícil e que ninguém suporta", algumas destas adaptações mais famosas são a novela O Cravo e a Rosa (inclusive com os mesmos nomes dos protagonistas, Petruchio e Katherine) e o filme 10 Coisas que Odeio em Você.
Machado de Assis - Li o curtinho "Vários Contos e outras histórias", uma breve coletânea de contos curtos do autor, gostei tanto que fui atrás de uma coletânea com mais contos!
Neve (Orhan Pamuk) - Livro que conta a história do poeta Ka, que retorne a seu país Natal (Turquia) e acaba preso na pequena cidade fronteiriça de Kars, por conta de uma nevasca. A cidade ganhou uma certa fama no país pelos casos de jovens muçulmanas que cometeram suicídio, e passa por um momento político conturbado, à beira de um golpe de Estado. Apesar de ser um livro com uma pegada bem melancólica, é muito legal conhecer um pouco de uma cultura bem diferente da nossa.
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